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2012: Tam (Português)

Mais uma vez estamos em meados de julho. Inevitavelmente, em meados de julho, meus pensamentos se voltam ao voo 3054 da TAM. Em 17 e julho de 2007, cinco anos atrás, um Airbus da TAM não conseguiu aterrissar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e tomou-nos cento e noventa e seis vidas. O número de vidas perdidas sempre ultrapassa o número daqueles que morreram. Cada um dos 199 que pereceram tinha família, e cada família afetou inúmeras outras pessoas de forma exponencial. Pude conhecer a maioria das famílias e amei-as todas. Aprendi com elas, em especial com sua força diante das adversidades. Também penso em como o acidente me transformou, em como aprendi com as famílias que ficaram para trás, a me recompor e a seguir em frente.

Nesse dia, quero recordar essas famílias, sua graça e seus entes perdidos. Não podemos esquecer que, com seu passamento, ficou um buraco no mundo.

Espero que as famílias – meus gratos amigos – tenham preenchido e superabundado o vazio em suas vidas com algo mais. Cinco anos de vida. Espero que tenham conseguido encher esses últimos cinco anos com uma vida bem vivida. O que isso significa? Uma vida vivida em plenitude. É o que há de bom, de mau, e tudo o que existe no meio disso. Espero que essa vida bem vivida tenha preenchido as trevas com luz, e enchido o vazio com boas lembranças, cada uma digna de ser revivida, como as páginas de um bom livro.

Cada um de nós é como uma harpa com muitas cordas, sendo que cada corda e tangida por lembranças que tocam uma ou muitas notas. As cordas de nossas vidas se estendem do passado ao futuro, acordes distantes jamais vistos ou conhecidos. Cada dia nos traz acordes com novas e inéditas notas. Deixemos de lado todo arrependimento e regozijemo-nos na harmonia de nossas histórias e de nossos amanhãs. É o todo dessas notas que forma a música de nossas vidas.

Espero que, ao preencher esse vazio com nova vida, meus amigos, agora sem dor, possam lançar a rede no passado. Espero que tenham aprendido a aceitar as flores que desabrocham no inverno. Lembranças devem ser acalentadas, sendo cada qual uma joia em si mesma. Lembranças são presentes eternos de alegria que não podem ser jamais perdidos. E, assim como podemos recordar a pungente alegria de uma rosa de verão que desabrocha no inverno, podemos recordar nossos entes queridos em julho. Eu não sorrio porque esqueci, eu sorrio porque eu lembro.

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